Reinaldo

Banco de talentos é indicação política, só colocaram outro nome, diz Davi Alcolumbre

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), ironizou nesta sexta-feira (22) o banco de talentos que o presidente Jair Bolsonaro pretende criar para preencher cargos do segundo escalão.
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"É [indicação política], só colocaram outro nome: banco de talentos. Os outros não tinham talento? As pessoas também tinham talento antes", afirmou Davi.

O Palácio do Planalto pretende criar um painel para que políticos cadastrem dados e currículos de pessoas a serem indicadas para cargos de segundo escalão e nos estados. O governo tem sido cobrado pelas indicações políticas e criticado pela falta de articulação política.

"Acho que tem que fazer esse banco de talentos. É um nome bacana, né? Parlamentar na base quer prestigiar aliados", afirmou, salientando que "prestigiar parlamentar no Estado não é troca-troca".

"Todos os partidos têm talentos para indicar e o banco de talentos que o governo está apresentando é a possibilidade de o parlamentar se ver prestigiado especialmente em sua base eleitoral especialmente em relação às respostas que a sociedade quer."

As declarações foram dadas em um café da manhã com jornalistas na residência oficial da presidência do Senado na manhã desta sexta-feira.

Davi Alcolumbre comentou também sua relação com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), quem derrotou na eleição para presidente do Senado.

"Os senadores se conscientizaram com os votos que a população deu na eleição no ano passado e ficaram firmes no propósito de mudança. A imagem do senador Renan não é uma imagem boa perante a opinião pública. Os senador que se elegeu 'vamos mudar, vamos mudar, vamos mudar', o Renan não é mudança. Se a Simone [Tebet] (MDB-MS) fosse candidata a presidente, as minhas chances seriam remotas", afirmou Davi.

O senador disse acreditar que não foi eleito na tumultuada disputa do início de fevereiro por ser ele, mas por não ser Renan Calheiros. Nesta semana, quando Renan retornou a Brasília, os dois tiveram um primeiro contato.

O encontro acidental se deu na liderança do MDB. Segundo Davi, ele cumprimentou Renan como "presidente" e ouviu como resposta "parabéns".

O presidente do Senado ainda que servidores da Casa ligados a Renan e a outros caciques do MDB, como o secretário-geral da Mesa, Luiz Fernando Bandeira, estão em "estágio probatório".

Bandeira chegou a ser afastado do cargo durante a eleição, mas acabou sendo readmitido logo depois. Na prática, porém, Davi tem relativizado a importância de Bandeira, já que tem ouvido quatro consultores para tomar decisão.

"Bandeira é um grande quadro do Senado. É muito bom. Mas tem outros bons também", afirmou.

Até o momento, a principal troca promovida por Davi Alcolumbre foi no comando da Polícia Legislativa.

Pedro Ricardo Araújo Carvalho, homem de confiança do senador Renan e também próximo ao ex-presidente José Sarney (MDB-AP), foi dispensado na semana passada do cargo de diretor da Secretaria de Polícia do Senado Federal. No lugar dele entrou Alessandro Morales Martins, que já atuava na Polícia Legislativa.

Segundo o presidente, a troca se deu por causa das investigações sobre a fraude ocorrida na eleição para o comando do Senado, quando surgiram 82 votos para 81 senadores.

Na conversa com os jornalistas, Davi disse ainda que o comando do Conselho de Ética ficará com um senador do DEM. Ele cogita três nomes.

Em meio a inexistência de articulação política e ainda pressionado por aliados, Bolsonaro decidiu mergulhar na tradicional liberação de emendas parlamentares para atender a indicações políticas e cargos do segundo e terceiro escalões; os presidentes das Casas legislativas levaram o recado ao presidente: há uma ansiedade de parlamentares em "participar" do governo; eles reiteraram que o DEM está disposto a liderar a articulação pela aprovação da reforma da Previdência

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